Apesar de o Brasil ser destaque mundial, tanto na produção quanto na exportação de produtos oriundos da soja, para que o país possa continuar nesse patamar e, principalmente, para crescer, tem que investir largamente na infra-estrutura de suporte às atividades de produção, processamento e comercialização, escoamento, sem percalços, dos produtos dessa cadeia produtiva. Embora sejam feitos alguns investimentos nessa área, estes ainda não são suficientes.
Com ferrovias obsoletas e ineficientes, algumas rodovias em estado precário, esburacadas ou sem pavimentação, além de poucas alternativas hidroviárias, escassez de armazéns e portos sobrecarregados, tudo isso aliado à sazonalidade existente no período de safra, o Brasil apresenta um sistema de escoamento de safra desastroso, prejudicando a competitividade do agronegócio da soja.
A forma disponível de transporte e suas condições, a disponibilidade e localização de armazéns e a distância até os portos influem diretamente nos custos de produção e, conseqüentemente, na viabilidade da produção em algumas regiões. Via de regra, quanto maior a disponibilidade de transporte, considerando confiabilidade e freqüência, tanto menores serão as necessidades de recursos de armazenagem e vice-versa. Nota-se, com isso, que a deficiência no setor de transporte acaba requerendo mais estocagem, conseqüentemente, superlotando o sistema de armazenamento. De 1994 a 2003, a produção de grãos aumentou 62%, enquanto a capacidade de armazenagem avançou apenas 7,4%, no mesmo período. Os resultados não foram tão desastrosos, pois parte da produção foi imediatamente exportada; porém, essa defasagem não pode continuar.
O custo logístico brasileiro para escoar a soja é muito elevado, em média US$ 70/t. Para comparação, o custo americano é de US$ 9/t., porque a maior parte do transporte nos Estados Unidos é feita por hidrovias. O alto custo brasileiro é gerado devido a grande utilização das rodovias ao invés das ferrovias e hidrovias, que têm um custo de transporte bem menor, pois, no caso da soja, trata-se de transporte de grandes volumes, longas distâncias e valor agregado relativamente baixo. Porém, a malha ferroviária e a capacidade de transporte via fluvial são insuficientes para todo o escoamento.
Para solução do problema do transporte na Região Centro-Oeste, onde está concentrada a maior produção brasileira de soja, existe a possibilidade da utilização de três eixos principais: (1) A hidrovia do Madeira que liga a produção aos portos fluviais de Itacoatiara (AM) e Santarém (PA), usando as rodovias BR-364 e BR-163; (2) O eixo hidrovia do Araguaia-Tocantins-ferrovias Carajás e Norte-Sul-Porto de Itaqui (MA); e (3) As ferrovias Ferronorte e Ferroban, que permitem o escoamento dos grãos através da ligação do Mato Grosso à malha de São Paulo e ao Porto de Santos.
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Os principais portos brasileiros utilizados para exportação de soja são: Porto de Paranaguá (PR), Porto de Santos (SP), Porto do Rio Grande (RS), Terminal de Tubarão (ES), Porto de São Francisco do Sul (SC), Porto de Porto Velho (RO), Porto de Itaqui (MA) e Porto de Ilhéus (BA). A concentração nos períodos de safra exige maior capacidade dos portos, principalmente de Paranaguá, Santos e Rio Grande, por onde passa o maior volume de soja para exportação. Os principais problemas encontrados nos portos são a pouca disponibilidade de armazenagem, a baixa quantidade de píeres, a falta de coordenação entre o que é enviado e o que pode ser recebido pelo porto, além da demora nos procedimentos burocráticos. Tudo isso sem contar que a capacidade dos portos brasileiros está em seu limite, e, caso haja aumento significativo de produção, novos problemas serão enfrentados.
Fontes
http://www.centrodelogistica.com.br/new/fs-busca.htm?fr-art_soja.htm